quarta-feira, 6 de abril de 2011

Falta de segurança comprovada é risco para Museus.

Falta de segurança fecha pontos turísticos.

Cerca de 54,9% dos museus não contam com planos de segurança e emergência.

De acordo com uma pesquisa feita pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) no ano passado menos da metade dos 319 museus do Estado abre nos fins de semana; a maioria funciona de terça a domingo em horário comercial.

A pesquisa expõe a fragilidade da segurança dos espaços de memória em Minas, 54,9% dos museus não contam com planos de segurança e emergência e parte do patrimônio cultural do Estado corre sério risco de virar cinza: 67,6% dos museus faltam equipamentos necessários para o combate a incêndios.

Só em Belo Horizonte,são 41 pontos turísticos e o horário de visitação reflete a realidade do país. No Brasil, 55,5% dos 3.025 acervos podem ser visitados aos sábados e apenas 43,1% aos domingos.

O Memorial Minas Gerais Vale, inaugurado em novembro de 2010, ocupa o antigo prédio da Secretaria da Fazenda e integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade. Desde a estreia o local não abre aos sábados e domingos. A visitação é de quartas, quintas e sextas-feiras, e tem duração de duas horas, mediante agendamento.

Além das restrições, a desorganização também atrapalha o funcionamento de alguns espaços, como o Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo, na Região Central. Até a última sexta-feira(1), o site da Secretaria de Estado da Cultura informava que o local, dedicado à memória ao artista (1908-1967), um dos mais importantes escritores brasileiros, não funciona aos sábados e domingos. No entanto, o acervo de aproximadamente 200 objetos pode ser visitado de terça a domingo, das 9h às 17h.

A coordenadora geral de Sistemas de Informação do Ibram, Rose Miranda, lembra que quase todos os museus (74,2%) são públicos e o motivo para manter as portas dos espaços fechadas é a falta de estrutura. A museóloga ainda afirma que essas mesmas dificuldades restringem o
funcionamento ao horário comercial. Contribui para isso, o peso das escolas na formação do público rotineiro dos museus, eles abrem só de manhã e a tarde, considerando que a maior parte dos alunos é matriculada no período diurno.

A legislação estadual prevê medidas de segurança, como combate a incêndios e pânico, em todas as edificações públicas. Segundo assessoria de imprensa o Corpo de Bombeiros faz, rotineiramente, vistorias nesses espaços. No entanto, a assessoria não forneceu um balanço das notificações de irregularidades e das providências tomadas pelos gestores dos museus para saná-las.

O Estatuto dos Museus, sancionado em janeiro de 2009, prevê que todas as instituições do país tenham um plano museológico e de ações de segurança. Os museus que não cumprirem a determinação estão sujeitos a notificações, multas e até interdição.

A secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras afirmou que os três espaços em funcionamento no Circuito Cultural Praça da Liberdade - Espaço TIM UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) do Conhecimento, Museu das Minas e do Metal e Memorial Minas Gerais Vale - vão ter horários estendidos até a noite uma vez por semana ainda este ano. A visitação também será feita aos sábados e domingos no Minas Gerais Vale

Segundo a secretária, a Superintendência de Museus e Artes Visuais, vinculada à Secretaria de Cultura, fez um mapeamento dos equipamentos culturais para classificar e apontar soluções para as carências percebidas.

No mês passado, o Circuito Praça da Liberdade completou um ano. Neste período, os espaços receberam um público diversificado em termos de faixa etárias e de origem. Em um ano, o Circuito registrou mais de 70 mil visitas. Os investimentos na criação desses espaços culturais foram milionários: R$ 13,6 milhões no Espaço TIM UFMG do Conhecimento; R$ 25 milhões no Museu das Minas e do Metal e R$ 23 milhões no Memorial Minas Gerais Vale.

Fonte : R7

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