sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cultura de segurança

O presente texto não tem a pretensão de ser um artigo, nem tão pouco representar uma verdade absoluta, mas sim a intenção de trazer à tona uma reflexão.
Em 26 anos de atuação no mercado de segurança, tenho sempre ouvido reclamações sobre a concorrência desleal, a falta de legalização da segurança eletrônica, a falta de profissionais capacitados e de que o mercado comprador só leva em consideração o preço. Pois bem, de quem é a culpa, o que ocasiona tudo isso, porque no mercado americano e europeu as coisas são diferentes?
No meu parco entendimento, trata-se de falta de cultura de segurança; o vendedor acha que sabe o que está vendendo e o comprador acha que sabe o que esta comprando. Nós, empresários e profissionais do ramo, nunca nos preocupamos em divulgar gratuitamente uma cultura de segurança. Nunca informamos ao público em geral e aos possíveis compradores e tomadores de serviço o que é SEGURANÇA, o que é SEGURANÇA ELETRÔNICA, o que comprar, como comprar, o que questionar.
Tenho tido o desprazer durante estes anos de ver empresas vendendo aos seu clientes equipamentos de 2ª linha, equipamentos desnecessários ao cliente, mão de obra sem a menor capacitação, orçamentos em “folhas de papel de pão” e depois reclamamos que no Brasil não se faz concorrência e sim tomada de preços. Não seríamos nós os responsáveis por esta atuação do mercado?


Por outro lado, onde estão e o que fazem as associações de classe em termos de divulgação da cultura de segurança? Será que se estas associações, unidas, realizassem palestras informativas nas faculdades e instituições como Sebrae, Ciesp, Fiesp, etc..., não teríamos em cinco anos um mercado comprador e tomador de serviço bem melhor do que temos hoje?
Será que esse mercado tomador/comprador não teria melhores condições de separar o  “joio do trigo” e dessa forma depurar o mercado e torná-lo mais respeitado? Como podemos buscar o devido reconhecimento do GESTOR DE SEGURANÇA ACADÊMICO sem divulgar o que ele pode fazer e os benefícios que ele pode agregar a uma corporação?
De que adianta CBO e CRA se o mercado pouco nos conhece? Em minhas visitas profissionais encontro com muita freqüência empresas e empresários que não sabem o que é gerenciamento de riscos, plano de continuidade, planejamento de segurança e ainda possuem um “chefe” de segurança com uma visão repressiva ao invés de preventiva.
Eu, humildemente, conclamo os profissionais da área a refletirem e dessa forma cobrarem de suas associações e de si próprios um posicionamento que vise o bem de todos e não apenas a vaidade de seus dirigentes.

                              Ricardo Raia Soares de Almeid
 Especialista em Segurança Eletrônica pela ALAS-ARG , Especialista em Segurança Eletrônica pela  FESP
 26 Anos de Experiência em Segurança Eletrônica, Consultor em Segurança Eletrônica                                                               Tecnólogo em Gestão da Segurança Empresarial
 Certifield Professional INTEL
 Cursos de extensão em : Mapeamento de vulnerabilidades, Administração Estratégica, Gestão de Projetos   PMBOOK,
 Excel Avançado, Governança Corporativa, Desenvolvimento de Planos de Segurança, Mobilidade Digital.
                   
          E-mail : rraia@ymail.com

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